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sábado, 13 de novembro de 2010

Realização Interior

Enquanto o homem não se convencer de que lhe é necessário conquistar
as paisagens íntimas, suas realizações externas deixá-lo-ão em
desencanto, sob frustrações que se sucederão, tantas vezes quantas sejam
as glórias alcançadas no mundo de fora.

À semelhança de uma semente, na qual dormem incontáveis recursos, que
surgem a partir da germinação, cabe ao ser humano desatar os valores que
lhe dormem inatos, facultando-se as condições de desenvolvimento,
graças às quais logrará sua plenitude.

Muitas vezes, as dificuldades que o desafiam são fatores propiciatórios
para o desabrochar dos elementos adormecidos, e para que sua destinação
gloriosa seja alcançada.

O homem de bem, que reúne os valores expressivos da honra e da ação
edificante, faz-se caracterizar pelo esforço, pelo empenho que
desenvolve, realizando o programa essencial da vida que é sua iluminação
íntima.

Somente essa identificação com o si profundo facultar-lhe-á a
tranqüilidade, meta próxima a ser conseguida. Partindo dela, novas
etapas surgirão, convidativas, ensejando o crescimento moral e
intelectual proporcionador da felicidade real.

Todas as conquistas externas - moedas, projeção social, objetos raros,
moradia, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos - não obstante úteis
para a comodidade, a automação e sintonia com o mundo, bem como com a
sociedade, não podem acompanhar o ser, quando lhe ocorre a fatalidade
biológica da morte.

Cada qual desencarna com os recursos morais e intelectivos que amealhou,
liberando-se ou não dos grilhões emocionais que o prendem às
quinquilharias a que atribui valor.

Na luta pela aquisição das coisas, as batalhas se tornam renhidas,
graças à competição, às angustiantes expectativas das disputas, nas
quais o crime assume papel preponderante, com resultados quase sempre
funestos.

Na grande transição, tudo aquilo que constituiu motivo de luta insana
perde o significado, passando a afligir mais do que antes..


Não te descures da auto-iluminação.

Se buscas a consolidação da estrutura sócio-econômica pessoal e
familiar, vai mais longe, e intenta a conquista dos tesouros íntimos.

Exercita as virtudes que possuis em germe, dando-lhes oportunidade de se
agigantarem, arrastando outros corações.

Recorda-te, a cada instante, da brevidade do corpo físico e reivindica o
treino para a morte, mantendo-te em serenidade, reflexão e ação
iluminativa.

Vida interior é conquista possível, e está ao teu alcance. Logra-a,
quanto antes, e sentirás a imensa alegria da plenificação.


Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo 
Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O CÍRCULO DO ÓDIO


A ciência moderna, em especial a física, assevera que tudo no universo vibra em frequência específica... Aliás, estudos comprovam que o pulsar planetário da nossa querida Terra vem aumentando sua oscilação nas últimas décadas, quase dobrando seu ritmo!...

O conhecimento esotérico ancestral, a partir dos vedas, considera a vida numa dimensão cósmica, na qual tudo seria expressão da vida!... Assim, os corpos celestes teriam vida, nasceriam, se desenvolveriam e morreriam, antecipando por milênios as conclusões da física hodierna...

Esse mesmo conhecimento ancestral nos ensinava que as vibrações características do nosso corpo irradiam-se, formando o que se convencionou chamar de aura humana, um halo de luz, visível sob certas condições de percepção, e que expressam nossas emoções, sentimentos e pensamentos!...

A astronomia nos tempos atuais, pesquisa a origem do universo através da busca e recepção de fragmentos do seu pulsar, emitidos bilhões de anos no passado longínquo, e que nos chegariam como emissões de rádio frequência, verdadeiros registros arqueológicos da formação dos mundos...

Assim ocorre também nas relações humanas!... Elas se desencadeiam num verdadeiro mar de energias eletro-magnéticas que emanam do nosso ser, formando a psicosfera ambiente, característica de cada espaço humano... Nossos sentimentos, emoções e pensamentos constituem a origem dessas energias que se irradiam, influenciando e sendo influenciadas...

Já sabíamos disso!... Os grandes oradores e comunicadores, espraiam verdadeiros eflúvios dessas energias, galvanizando plateias, influenciando comportamentos, despertando sentimentos e emoções!...

Isso ocorre tanto em relação às energias geradoras de equilíbrio, como o amor; como às desequilibradoras, como o ódio!...

Portanto, estejamos atentos a que tipo de energia estaríamos emitindo e sintonizando, a risco de estarmos contribuindo para o desequilíbrio próprio e coletivo, ao sintonizarmos com o círculo do ódio...

Sejamos nós aqueles que, pelo cultivo do amor e da consequente compreensão e finura no trato, contribuamos para romper com esse pernicioso círculo, a benefício próprio e de todos!!!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

SOBRE O LIVRE ARBÍTRIO


Deus nos fez livres!...

Mas, como todas as demais potencialidades que carregamos em nosso interior, a liberdade é uma conquista evolutiva... Possamos estar atentos a atender ao convite da vida a que nos libertemos das injunções sombrias internas que nos escravizam...

Ao longo desse processo de libertação da sombra em nós, aprovemo-nos!... Aprender com os erros faz parte do processo da vida, então livremo-nos da culpa escravizante ao passado e ao delito...

Aceitarmo-nos como somos, sem recriminações ou achaques, mas com reflexão crítica, nos possibilita avaliar sentimentos e atos na perspectiva de direcioná-los adequadamente ao bem, além de nos colocarmos responsavelmente na vida...

Importa, também, valorizarmos todas as conquistas, por menores que sejam, como etapas evolutivas vencidas e incorporadas ao acervo de aprendizado da vida maior...

Na dimensão da transcendência cósmica iremos sempre cumprir nossa destinação maior... Mas o nível de auto-despertar, e conseqüentemente de liberdade, será sempre característico do esforço empreendido por cada um, etapa a etapa...

Nessa estrada da vida, as aparências de caos e desordem, de violência e maldades, nos convidarão ao ceticismo em relação aos ideais da vida maior, mas isso não deverá nos impedir de cultivar virtudes... Inclusive a da auto-gentileza... Não devemos nos cobrar tanto, embora envidando todo esforço para nos melhorarmos sempre...

Nesse processo, a dialogicidade deverá ser sempre cultivada e ela implica em aprender a ouvir, condição primeira de relações saudáveis na vida... Ao elegermos o diálogo como prática constante, estaremos nos encaminhando, de forma definitiva, para um processo de construção da paz e da liberdade interior...
  
Finalmente, como o aprendizado maior da vida é o amor, amemo-nos!... O auto-amor é o ponto de partida e de chegada para esse aprendizado, pois somente entendemos aquilo que vivenciamos e só damos daquilo que temos em nosso íntimo!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

OS DESAFIOS DA VIDA

A vida sempre nos apresenta o que necessitamos... A cada momento, desafios, oportunidades, alegrias... Ante os desafios, nos compete fazer escolhas e traçar rumos que nos permitirão a conquistar, além do conhecimento libertador, as experiências de alegria ou tristeza, prazer ou dor, na exata medida de nossas escolhas e reações...

Por percebermos a vida apenas na dimensão imediatista dos nossos interesses ainda materializados, nos revoltamos ante experiências, desafios que nos chegam, sem procedermos a análises mais aprofundadas...

Embora nos digamos, por exemplo, Espíritas –os que nos julgamos sê-lo-, a dimensão libertária da visão espiritual da vida, em sua amplitude cósmica, ainda não constitui a base de nossas reflexões e, por isso, deixamos de vivenciar em plenitude a Era do Espírito que a Doutrina Espírita se propõe construir com a humanidade deste orbe...

Urge nos tornemos efetivamente Espíritas para, á luz do conhecimento libertador dos ensinamentos de Jesus –que já logramos aprender-, traçarmos rumos novos, entendimentos aprofundados, construindo assim a autoconsciência na dimensão do pensamento intuitivo e da visão cósmica, tarefa indelegável de todos e de cada um de nós...

Ou, no caso de professarmos outras ideais filosóficas ou religiosas, que nos dediquemos a colocar os valores e verdades que escolhemos para direcionar nossas vidas como fulcro orientador de nossas ações, vivenciando a verdade que já logramos descobrir e transformando para melhor a realidade de nossas vidas e do planeta... 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O CONVITE DIVINO

Crianças aprendizes da vida que ainda somos, pretendemos de uma forma quase mágica, nos abstermos das dificuldades e apenas sonharmos com um mundo de irrestrita bonança e felicidade... O "...e foram felizes para sempre..."...

Mas a vida nos desperta a cada instante com os seus desafios e nos convida a despertarmos -nós outros- para uma consciência mais plena, para uma compreensão dilatada, em que nos vejamos como obra de arte e artífices dessa mesma obra...

Jesus, ao mergulhar na carne, veio nos convidar para esse despertar -Meu reino não é deste mundo-, -Vós sois deuses!-, -Brilhe a vossa luz-... Despertar-nos para a identificação da realidade divina em nós, ponto de partida para a compreensão do divino e transcendente... Mas continuamos em estado de sono... Transmutamos os ensinamentos de luz em dogmas de trevas... Afastamo-nos das lições libertadoras do amor, para as idéias escravizantes do terror -juízo final, céu, inferno, purgatório, ministros de deus a serviço do terror, perseguição e morte em nome de deus...

A doutrina dos espíritos, cumprindo a promessa do Consolador prometido, vem nos desvendar as mesmas luzes, reeditando o convite do despertar... A Era do Espírito desvelando as verdades imarcescíveis do amor, sacudindo-nos as percepções com os fenômenos do além túmulo, nos clama: Despertai! Despertai! A vida real não é deste mundo, embora construída através dele... Vosso destino está além véu... A matéria e a vida sensorial são ilusórias, embora necessárias ao vivenciar de experiências e ao aprendizado da vida maior, única realidade... Despertai!!!

Será que, desta feita ouviremos o convite para o banquete da vida e construiremos o nosso traje nupcial?...

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O AMOR

O amor é a energia da vida!... A força que rege e mantém o universo e, conseqüentemente, todos nós... A origem e o destino do nosso existir... A aprendizagem maior da vida...

Entretanto, ainda pouco sabemos do amor e, por isso, o confundimos com a sensualidade, com a posse, com o domínio...

A sociedade dos dias atuais se estrutura sob falsos valores como o hedonismo -gozar a vida material à exaustão, sem se preocupar com nada à sua volta- e do consumismo -consumir é o que dá valor às pessoas, ou seja, quanto mais eu consumir mais sou importante- que constituem a fonte dos conflitos existenciais da atualidade e exacerba a violência...

Importa envidar esforços para não se deixar levar por esse estado de coisas, vivendo o hoje ilusório sim, mas na construção do aprendizado da vida maior, no aprendizado da realidade espiritual...

Equilíbrio e parcimônia deverão nortear nossa busca da felicidade, na vivência do presente que constrói o futuro que almejamos...

É mister destacar que, ainda em nossas confusas interpretações do amor, sentimos seu impulso a nos convidar ao seu entendimento em profundidade e, quando abrimos pequenina fresta de nossos corações, ele se nos apresenta fulgurante e transforma nossas existências, colocando-as no rumo da felicidade...

Importante lembrar, ainda, que Deus é amor e a Criação, o Universo, onde nos incluímos, uma expressão do Seu amor!!!

domingo, 7 de novembro de 2010

A RELATIVIDADE DAS COISAS


Einstein revolucionou a ciência e o conhecimento humano com sua Teoria da Relatividade...

A relatividade realmente envolve todos os aspectos da vida, não apenas a ciência... Tudo se reveste dessa característica relativizada... E o aprendizado dessa faceta da vida nos possibilita amplos portais de percepção, num entendimento maior da vida e de tudo que nos rodeia...

Os interesses são relativos... Entender e aceitar que os interesses dos outros e mesmo da vida podem diferir muito dos meus interesses, me leva a um outro patamar de compreensão da vida e de mim...

Compreender definitivamente que todas as coisas têm duas faces, pelo menos, nos possibilita sair da verdade absoluta, que muitas vezes abraçamos, para a percepção da múltipla faciedade de tudo que nos cerca... E isso é muito importante para o desenvolvimento da tolerância e da empatia, valores fundamentais nas relações saudáveis...

E a relatividade dos limites... Interessante como pretendemos limites rígidos para tudo e para todos e extremamente flexíveis para nós outros... Mas há ainda uma  outra dimensão acerca dos limites, nos auto-imputamos limites que precisam ser vencidos, pois somos muito mais capazes, de fato, do que imaginamos... A nossa transcendência nos possibilita colocar o infinito como nosso limite...

Possamos não relativizar a nossa paciência, desenvolvendo-a em plenitude, de forma a construirmos a paz interior que nos permitirá superar o aparente caos ao nosso redor...