O psicólogo americano pragmatista, William James, classificou os biótipos humanos em espíritos fracos e fortes, enquanto Ernesto Kretschmer, psiquiatra alemão, considerou as personalidades de acordo com a compleição do indivíduo em pícnico, ou pessoa redonda; atlético, ou pessoa quadrada; e o astênico, pessoa delgada. Face a tal conclusão, afirmou que há espíritos esquizóides e ciclotímicos, enquanto Carlos Gustavo Jung os considerou introvertidos e extrovertidos.
Em todos há uma ânsia comum: os fracos fortalecerem-se, os ciclotímicos harmonizarem-se e os introvertidos exteriorizarem-se.
As psicoterapias são aplicadas conforme as revelações do inconsciente, arrancando dos arquivos do psiquismo os fatores que geraram os traumas e determinaram os conflitos, interpretando as ocorrências dos sonhos nos estados oníricos e as liberações catársicas nas demoradas análises.
Nem sempre, porém, serão encontradas as matrizes de tais patologias, que estão profundamente registradas no Espírito, como decorrência de condutas, de atividades, dos sucessos das reencarnações passadas.
Somente a sondagem cuidadosa dos arcanos do ser pretérito enseja o encontro das causas passadas, geradoras dos problemas atuais.
Uma análise transpessoal libera-o dos tabus, inclusive, da visão distorcida da realidade, que deixa de ser a exclusiva expressão terrena, para transportá-la para a vida imortal, precedente ao corpo e a ele sobrevivente, demonstrando que o êxito, o triunfo, o fracasso, o insucesso, não se apresentam conforme a proposta social imediatista, porém outra mais significativa e poderosa.
Convém determinar-se que o êxito material pode significar fracasso emocional, espiritual, e, às vezes, o insucesso, a aparente falta de triunfo constitui a plena vitória sobre si mesmo, suas paixões e pequenezes, uma forma de opção para o crescimento interior, ao invés do empenho pelo amealhar de moedas e reunião de títulos que não acalmam as emoções nem tranquilizam as ambições.
Certamente, a criatura deve possuir e dispor de recursos necessários para uma vida saudável, consentânea com o grupo social no qual se encontra. No entanto, o êxito não pode ser medido em contas bancárias, prestígio na comunidade e destaque político. Da mesma forma, não é factível definir-se por fracasso a ausência desses troféus.
Os homens e mulheres plenos, vitoriosos de todos os tempos, venceram-se, completaram-se e, sem qualquer tipo de conflito, optaram pela realização interior, respeitando todas as aspirações e direitos dos demais indivíduos, porém, a eles próprios impondo-se a auto-realização que lhes propiciou saúde -mesmo quando enfermos-, felicidade -embora perseguidos algumas vezes- e êxito -isto é, a vitória no que anelavam-, apesar de levados ao martírio.
A visão transpessoal do êxito e do fracasso está ínsita na pessoa interior, real, a criatura harmonizada consigo mesma, com as outras pessoas, com a natureza e a vida.
Êxito é encontro, enquanto fracasso é domínio pelo ego.
O êxito gera paz, e o fracasso inquieta.
Auto-analisando-se, cada qual se descobre, assim dando-se conta do triunfo ou do insucesso, podendo recomeçar para alcançar o êxito, nunca o fracasso.
O SER CONSCIENTE - DIVALDO PEREIRA FRANCO - DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS