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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

OS GIGANTES DA ALMA


Joanna de Angelis, esse espírito de escol que tanto tem contribuído para o esclarecimento da humanidade nos tempos atuais, assevera que existiriam quatro gigantes da alma na contemporaneidade, a Rotina, a Ansiedade, o Medo e a Solidão!...
A Rotina, embora traga em si a expressão dos mecanismos do já aprendido -incorporamos à rotina, rotinizamos, apenas aquilo que já internalizamos como aprendizado-, envolve-nos numa mesmice estressante que nos suga as energias e destrói o ânimo!...
Importa, pois, procurar quebrar a rotina, a mesmice, através de pequenas formas diferentes de fazer a mesma coisa, um caminho novo alternativo que nos leve aos mesmos resultados, bem como nos dedicarmos a colocar alegria e bom ânimo em tudo o que fazemos... A alegria de viver transforma a mesmice da rotina, dando-lhe novo colorido!...
No que se relaciona à Ansiedade, sem sombra de dúvidas vivemos dias ansiosos!... A constante pressa dos dias atuais desenvolve em sentimento nocivo, uma necessidade de que as coisas acabem logo, mal começaram, numa busca desenfreada de novidades e de fazer coisas sem muito ou nada refletir sobre elas...
Assim, estamos, quase sempre, ausentes de nossa realidade do aqui e agora... No trabalho estamos pensando nas coisas que ficaram pendentes em casa, ansiando que a jornada acabe para retornarmos ao lar... Quando em casa, o nosso pensamento se volta para as tarefas incompletas que ficaram no trabalho -quando não as levamos para fazer em casa- e, mais uma vez, a ansiedade nos domina...
Viver um dia de cada vez, fazer as coisas com dedicação in totum, seria comportamento que nos tornaria menos ansiosos... Mesmo por que, a forma de viver que constrói a ansiedade, com o tempo, se torna rotineira!...
Já o Medo, nasce da falta de confiança em si, na vida e em Deus!... Da nossa insegurança na vida!... Trabalhar-se na dimensão da fé através do desenvolvimento de um processo de construção de vida interior, que nos leve à percepção concreta de que não pertencemos a este mundo, que a nossa realidade está além mar, é o único caminho a ser trilhado rumo sua superação completa!...
E a Solidão!... Somente coloca-se solitário aquele que ainda não se dispôs a ser solidário... Ah! a solidão tem solução na solidariedade que cultivemos, abrindo-nos à vida em sua amplitude de dimensão fraternal e cósmica, vez que esse seria o caminho do aprendizado do amor, o único da libertação plena!!!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O CARMA


Na visão budista, nosso comportamento perante as pessoas, as coisas, o mundo, a vida, constrói o carma, uma espécie de retorno que a vida nos dá, uma lei de retorno...
Assim, os justos receberiam justiça, os maus sofreriam as consequências nefastas das maldades praticadas, envolvidos em dor e sofrimento na exata medida das maldades cometidas!...
O evangelho, a Boa Nova, nos assevera sermos livres para semear na vida, mas teremos a colheita compulsória de tudo que plantarmos... Ou numa outra visão, a cada um será dado segundo suas obras!...
Um ponto interessante nessa metáfora evangélica é que quando se planta sempre se colhe algo a mais, exatamente do que foi plantado... A vida também age assim, retribuindo amplificado tudo aquilo que lhe estamos a oferecer!...
Importante, pois, desenvolvermos especial atenção ao que estejamos dando às pessoas e à vida... A colheita de nossas ações poderá ser centuplicada!...
Por outro lado, uma outra importante reflexão se refere às possibilidades imensas, que se nos oferecem, dentro dessa visão, de transformar em definitivo a realidade e o futuro de nossas existências para rumos mais equilibrados e felizes, ao nos dedicarmos a um proceder ético, à prática do bem possível e à vigilância de nossos pensamentos e ações, adequando-os aos ensinamentos de Jesus...
As dificuldades que nos chegam hoje, muitas se originam em escolhas infelizes do passado, outras fazem parte do próprio processo da vida, a nos oferecer oportunidades evolutivas através dos desafios que essas atribulações nos ensejam!...
Necessitamos urgentemente mudar da reclamação para a reflexão e ação superadora dos desafios da vida, única forma de aproveitar essas verdadeiras oportunidades que nos são oferecidas ao longo de nossas existências...
Mesmo por que há, sempre mais a agradecer à vida, que efetivamente superar, apenas damos mais atenção às dificuldades e menos às benesses, muitas, que o Pai nos concede a todo instante...
Em despertando para essa realidade, estaremos começando a trilhar novos rumos que nos levarão, sem sombra de dúvidas à redenção, à paz, ao equilíbrio e à felicidade!!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

DEPOIS DA TEMPESTADE


Depois da tempestade sempre vem a bonança, frase bastante disseminada no conhecimento popular, representa profunda realidade da vida!...
Entretanto, embora ela se aplique irrestritamente aos fenômenos da natureza, onde percebemos, após a passagem da borrasca, a vida renascer em festa, com energias redobradas, florescendo em tonalidades e aromas mil, nem sempre o mesmo ocorre conosco, humanos, seres autoconscientes e livres para encaminharem-se pelas veredas da existência...
Ocorre que, no nosso caso, a liberdade de escolha nos permite viver o presente, transformador de nossas existências, na construção de um futuro melhor, ou nos prendermos ao passado, que embora já tenha sido encerrado enquanto experiência concreta -na visão do mundo dos sentidos- pode ser perpetuado pelo nosso psiquismo que, sentindo-se magoado, angustiado, teima em não virar a página do livro da vida, remoendo experiências que ainda não conseguiu sublimar...
Dessa forma, perpetuamos as tempestades de nossas vidas, mesmo após o sol soberano voltar a brilhar!...
A proposta da vida, contudo, não seria que nos tornássemos insensíveis, mas que simplesmente vivêssemos o hoje, o aqui e agora!... Sem nos prendermos ao passado -que já passou- ou nos angustiarmos pelo futuro -que certamente virá- o qual nos compete construir nessa vivência do hoje!...
Simples assim!... A nossa enorme dificuldade reside na falta de fé!... Não a fé na conotação pura e simples das religiões, da teologia, mas a fé viva, que remove as montanhas da nossa intranquilidade, do nosso medo, da nossa desconfiança em nós mesmos e na vida!...
Mas como ter fé em meio a tantas controvérsias nessa vida atribulada e cheia de percalços dos dias atuais?!...
Será que nos séculos passados a vida nos oferecia mesmo menos desafios?!!! Não seria apenas uma visão sonhadora e romântica de que no passado as coisas seriam mais fáceis!...
Basta que reflitamos sobre o período da "santa inquisição", das guerras intermináveis e outros mais aspectos que marcaram esse passado tão romantizado, para despertarmos para o fato de que dificuldades existiram e existirão, pois fazem parte da proposta educativa da vida, mas as de hoje são bem mais suaves que as de outrora!...
Vivamos o hoje!...
E dediquemo-nos decididamente ao aprendizado redentor que o Rabi Galileu nos canta e encanta com seus versos e sua prosa de puro amor, caminhos de vida, e de vida eterna, e estaremos construindo essa fé inquebrantável que remove montanhas!!!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

O SILÊNCIO


O silêncio!... Ah, as grandes e variadas dimensões do silêncio!!!
O aprendizado do silêncio constitui uma das etapas mais significativas em nossas vidas!...
O silêncio ante as ofensas, representa o aprendizado da compreensão superior, da fraternidade plena... Etapa da autoconsciência que se desenvolveu na dimensão do humanismo ao nível de ver o outro e a si como realmente iguais, enquanto filhos de Deus e, portanto, sem julgamentos, sem fugas, sem projeções de nossas deficiências morais no outro...
O silêncio ante a maledicência apresenta-se como terapia para erradicar essa nauseante chaga da humanidade, na viciação do mal e de sua propagação... O definitivo aprender do viver a verdade -sem a expressão do "doa a quem doer"- que se associa ao entendimento das possibilidades de fraqueza e do direito ao erro, enquanto etapa dos aprendizados da vida...
Silenciar perante as agressões verbais virulentas, nos infelizmente comuns 'bate-bocas', faz parte do aprendizado da não violência, no esforço da construção da paz interior e coletiva... Requisita esforço próprio inapreciável em vencer o ego escravizante e as convenções da sociedade hedonista e egoica a estabelecer parâmetros de conduta que se distanciam do viver ético, na visão do "não levar desaforo para casa"...
Silenciar quando a vindita nos requisita a atenção, nas páginas do passado que fazem sentir, no presente, as cobranças daqueles a quem outrora prejudicamos, afrontamos ou tripudiamos na nossa inconsequência de então...
O silêncio da solidão, a sós ou na multidão, nos momentos em que negamos a compaixão, construindo o solitariedade, pois somente se torna verdadeiramente solitário aquele que esqueceu o endereço da solidariedade!...
O silêncio dos sentidos, num mergulho interior, em busca da essência divina em nós!... Momentos em que procuramos nos aquietar para falar apenas a linguagem da alma e ouvir o silêncio do inconsciente, na visão da psicologia, ou a voz do espírito, conforme a filosofia perene!...
Nos momentos mais significativos de seu estágio neste mundo, quando veio para nos ensinar o caminho da libertação do erro, Jesus buscava o silêncio da montanha ou do deserto, para a comunhão com o Pai... Esse é, também, o caminho que nos compete, nessa dimensão do silêncio em busca da verdade que liberta!!!