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sábado, 18 de junho de 2011

NEUROSE




Enfermidade apirética, decorrente de perturbações do sistema nervoso, sem qualquer lesão anatômica de vulto, a neurose é mal que perturba expressivo número de criaturas da mole humana.

Com características próprias e sem causalidade cerebral, desequilibra a emoção e gera desajustes fisiológicos sem patogênese profunda.

Para um melhor, breve, estudo metodológico, recorremos a Freud, que classificou as neuroses em dois grupos, embora a complexidade moderna de conceitos e variedades ora apresentadas por especialistas.

O célebre médico vienense, que muito se interessou pelas neuroses, estabeleceu que as há verdadeiras e psiconeuroses. As primeiras decorrem de fixações e pressões de vária ordem, desajustando o sistema nervoso, sem que necessariamente o lesionem. Ao lado do mecanismo psicológico causal, apresentam uma temporária perturbação orgânica. São elas: a neurastenia, a hipocondria, as de ansiedade, as de origem traumática... Ao se instalarem, apresentam estados de angústia, de ansiedade, de insegurança, de medos... As segundas, porque de origem psicogênica, conduzem a uma regressão de fixações da infância, expressando-se como manifestações de histeria conversiva, ansiosa, incluindo os estados obsessivo e compulsivo.

As neuroses, porque de apresentação sutil no seu começo - tiques nervosos, repetições de palavras ou de gestos, dependências de bengalas psicológicas, fixações psíquicas que se agravam - grassam, na sociedade, especialmente em decorrência de exigências do grupo social e da coletividade, em formas de pressões reais ou aparentes, que, nos temperamentos frágeis, produzem desarmonia, dando curso a inquietações, às vezes alarmantes.

É comum fazerem-se acompanhar de episódios e fenômenos somáticos mui variados, como taquicardias, prisões de ventre, dores que parecem reais. À medida que se agravam, podem levar a paralisias, distúrbios de postura, de fonação, movimentos desconexos...

Quando se apresentam com manifestações fóbicas - medo de ambientes fechados, de altura, de doenças, amnésia, etc. trazem componentes graves, de mais difícil recuperação.

O quadro dos estados histéricos, conversivos e ansiosos, radica-se na psique e tende a avançar para as fixações obsessivas e compulsivas atormentantes.

Generalizando a sua etiopatogenia, também podem manifestar-se em caráter misto, isto é, verdadeiro e psicogênico, simultaneamente, assumindo proporções mais sérias, a um passo dos estados psicóticos, às vezes, irreversíveis.

Não raro, as neuroses apresentam-se com caráter de culpa, atormentando o paciente com a inquietante idéia de que, sobre todo mal e insucesso que lhe acontece, a responsabilidade pertence-lhe. A manifestação do pensamento de culpa tem um significado auto-punitivo, perturbador, que dissocia a personalidade, fragmentando-a.

Outras vezes, expressam-se como forma de transferência, e a necessidade de culpar outrem aturde o paciente, que se apresenta sempre na condição de vítima, buscando, fora de si, as razões que lhe justifiquem as ocorrências mínimas ou máximas que o desagradem. Quando ele não encontra um responsável próximo e direto, apela para a figura do abstrato coletivo: a sociedade, o governo, Deus...

Os estados neuróticos são profundamente inquietadores e desarmonizam o psiquismo humano, necessitando receber conveniente terapia, bem como perseverante esforço de recomposição psicológica.

Aprofundando-se a sonda da inquirição na psicogênese dos fenômenos neuróticos, defrontar-se-ão as causas reais na conduta anterior do paciente, que atrelou a consciência a comportamentos desvairados e passou injustamente considerado, recebendo simpatia e amizade dos amigos e conhecidos, quando deveria haver sido justiçado, transferindo os receios e inseguranças, que permaneceram camuflados por aparência digna para a
atual reencarnação, na qual assomam do inconsciente profundo as culpas e os conflitos que ora se manifestam como processos reparadores.

Eis por que, ao lado das neuroses, surgem episódios de obsessão espiritual que agravam a débil constituição do enfermo, empurrando-o para processos longos de loucura.

Assim ocorre, porque as vítimas das suas ações ignóbeis morreram, porém não se consumiram, e porque prosseguiram vivendo, reencontram, por afinidade de consciência de dívida-e-cobrança, os adversários, infligindo-lhes então maior soma de aflições, a princípio telepaticamente, depois sujeitando-os pelo controle mental e, ainda, mais tarde, de natureza física, quando ocorrem as subjugações lamentáveis.

A consciência inquieta, que reflete na psicologia do indivíduo os estados neuróticos, encontra-se vinculada a acontecimentos pretéritos, negativos, quão infelizes.

As moléstias, particularmente na área psíquica, instalam-se, por serem doentes da alma os seus portadores.

Toda terapia liberativa deve ter como recurso de auxílio a renovação moral do paciente, sua reeducação através das disciplinas espirituais da oração, da meditação, da relevante ação caridosa, por cujo meio ele se lenifica e se apazigua com aqueles que o odeiam e consigo mesmo, por constatar a excelência da própria recuperação.

Lentamente, a Psicologia Transpessoal identifica esses seres -personalidades anômalas, -dúplices, etc.- que interferem no comportamento das criaturas humanas e as perturbam, não sendo outros, senão, as almas dos homens que antes viveram na Terra e permanecem vivos.

Como terapia preventiva a qualquer distúrbio neurótico, a auto-análise frequente, com o exame de consciência correspondente, desidentificando-se das matrizes perturbadoras do passado, e abrindo-se às realizações de enobrecimento no presente, com os anseios da conquista tranquila do futuro.

Certamente, conhecendo a etiopatogenia das enfermidades em geral, Jesus asseverou: A cada um segundo as suas obras...

Atuar sempre com segurança após saudável reflexão, pensar com retidão e viver em paz consigo mesmo, representam o mais equilibrado e expressivo caráter psicológico de criatura portadora de saúde mental.

DIVALDO P. FRANCO - O SER CONSCIENTE - Pelo Espírito Joanna de Ângelis

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

FATORES DE DESEQUILÍBRIO



A saúde da criatura humana resulta de fatores essenciais que lhe compõem o quadro de bem-estar: equilíbrio mental, harmonia orgânica e ajustamento sócio-econômico. Quando um desses elementos deixa de existir, pode-se considerar que a saúde cede lugar à perturbação, que afeta qualquer área do conjunto psicofísico.

Sendo, a criatura humana, constituída pela energia que o espírito envia a todos os departamentos materiais e equipamentos nervosos, qualquer distonia que a perturbe abre campo para a irrupção de doenças, a manifestação de distúrbios, que levam aos vários desconsertos patológicos, conhecidos como enfermidades.

Por isso, é possível que uma criatura, em processo degenerativo, possa aparentar saúde, face à ausência momentânea dos sintomas que lhe permitem o registro, a percepção do insucesso.

Da mesma forma, podemos considerar que, escrava da mente, a criatura transita do cárcere dos sofrimentos aos portões da liberdade - das doenças à saúde ou vice-versa - através da energia direcionada ao bem, à harmonia, ou sob distonias, conflitos e traumas.

De relevantes significados são os conteúdos negativos do comportamento emocional, geradores das disritmias energéticas, que passam a desvitalizar os campos nos quais se movimentam, enfraquecendo-os e abrindo-os à sintonia com os microorganismos degenerativos.

Entre os muitos fatores de destruição do equilíbrio, anotemos o amor, a angústia, o rancor, o ódio, que se convertem em gigantes da vida psicológica, com poderes destrutivos, insuspeitáveis.

A mente desordenada, que cultiva paixões dissolventes, perde o rumo, passando a fixações neuróticas e somatizadoras, infelizes, que respondem pelos estados inarmônicos da psique, da emoção e do corpo.

Os conteúdos do equilíbrio expressam-se no comportamento, propicionando modelos de criaturas desidentificadas com as manifestações deletérias do meio social, das constrições de vária ordem, das dominações bacterianas.

A auto-análise, trabalhada pela insistência de preservação dos ideais superiores da vida, é o recurso preventivo para a manutenção do bem-estar e da saúde nas suas várias expressões.

DIVALDO P. FRANCO - O SER CONSCIENTE - Pelo Espírito Joanna de Ângelis

Decepções.MP4

quinta-feira, 16 de junho de 2011

A PERSONALIDADE



Em permanente representação dos conteúdos mentais, e dominada pela imposição das leis e costumes de cada época e cultura, a personalidade representa a aparência para ser conhecida, não raro, em distonia com o eu profundo e real, gerador de conflitos.

A personalidade é transitória e assinala etapas reencarnacionistas, definidoras de experiências nos sexos, na cultura, na inteligência, na arte e no relacionamento interpessoal.

Cada pessoa reencarna com as características herdadas das experiências anteriores e submete-se aos condicionamentos de cada fase, por ela transitando com os seus sinais tipificadores.

Assimilar todos os condicionamentos e exteriorizar uma personalidade consentânea com o ser real, eis o desafio da terapia transpessoal, trabalhando a pessoa para que assuma a sua realidade positiva e superior, crescendo em conteúdos mentais e desencarcerando-se, até permitir-se a perfeita harmonia entre ser e parecer.

A identificação

De duas formas a pessoa se identifica com os valores do progresso: externa e internamente.

A identificação externa impõe as lutas e os conflitos da assimilação dos comportamentos sociais, nos quais o apego assume a condição mais importante, a primeira e última da existência.

O apego externo, no entanto, é menos que o interior, responsável pelos vícios degenerativos, que conduzem a patologias cruéis.

A identificação assinala o estágio de evolução de cada pessoa, fadada à elevação, que, para conseguir, deve liberar-se daqueles valores, desidentificando-se de hábitos milenários, fixados, alguns, atavicamente, aos painéis do ser, gerando falsas necessidades, que se tomam fundamentais, portanto responsáveis pelo sofrimento nas suas várias facetas.  

A psicologia oriental estabelece na ilusão, na impermanência da vida física, com as quais a pessoa se identifica, algumas preponderantes razões para o sofrimento.

A desidentificação induz à conquista de patamares elevados, metafísicos, nos quais o ser se auto-encontra e se realiza.

DIVALDO P. FRANCO - O SER CONSCIENTE - Pelo Espírito Joanna de Ângelis

quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Travessia do Caminho.wmv

A PESSOA



Boécio, poeta e filósofo da decadência romana, nos séculos V e VI, definiu a pessoa como constituída por uma substância individual de natureza racional.

A filosofia através dos séculos buscou demonstrar que a pessoa é distinta do indivíduo e do ser psicofísico, o que deu margem a considerações demoradas por pensadores e escolas variadas.

Santo Tomaz de Aquino, por exemplo, preferiu seguir o conceito de Boécio, que teve muita influência significativa durante a Idade Média, enquanto Emmanuel Kant se apoiou em conteúdos mais profundos, quando da análise da pessoa em si mesma.

Do ponto de vista psicológico, a pessoa é um ser que se expressa em múltiplas dimensões, desde os seus conteúdos humanista, comportamentalista e existencial, a novos potenciais que estruturam o ser pleno.

A psicologia ocidental, diferindo da oriental, manteve o conceito de pessoa nos limites berço-túmulo com uma estruturação transitória, enquanto a outra sustenta a idéia de uma realidade transcendente, embora a sua imanência na expressão da forma e relatividade corporal.

Os estudos transpessoais, incorporando as teses orientais, consideram a pessoa um ser integral, cujas dimensões podem expressar-se em várias manifestações, quais a consciência, o comportamento, a personalidade, a identificação, a individualidade, num ser complexo de expressão trinária.

Não apenas o corpo, o ser psicofísico, porém, a matéria -efeito-, o perispírito -modelo organizador biológico- e o espírito -a individualidade eterna.

Não pretendemos inovar modelos, antes resumir correntes e apresentar uma síntese.

A visão transpessoal espírita, porque completa, elucida os inúmeros fenômenos paranormais de natureza anímica e mediúnica, que caracterizam a existência humana, concedendo-lhe dinâmica imortalista e conteúdo de significado, de causalidade.

A pessoa, observada do ponto de vista imortal, é preexistente ao corpo, e sua origem perde-se nos milênios passados do processo evolutivo, desenvolvendo-se fiel a uma fatalidade que se manifesta em cada experiência corporal -reencarnação- como aquisição de novos implementos, faculdades e funções que tangenciam ao crescimento e à felicidade.

A pessoa sintetiza, quando corporificada, as dimensões várias que lhe cumpre preservar e aprimorar, facultando o desabrochar de recursos que lhe jazem embrionários e são essenciais ao seu existir.

DIVALDO P. FRANCO - O SER CONSCIENTE - Pelo Espírito Joanna de Ângelis