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sábado, 27 de novembro de 2010

A MORTE NÃO EXISTE

A morte tem sido uma das grandes indagações humanas, ao longo de toda sua história planetária!...

Para os povos de cultura espiritualista, qualquer que seja a orientação filosófica, ela tem sido vista como fenômeno natural e essa percepção atenua os impulsos instintivos naturais da sobrevivência e, portanto, não há temor à morte...

Na cultura ocidental, onde as ideais de céu e inferno, juízo final, etc. estão profundamente sedimentadas, o temor à morte se generaliza, reforçado ainda pela disseminação das idéias materialistas, ainda que de forma sub-reptícia, vez que nos dizemos religiosos dessa ou daquela orientação, mas nossas ações são ditadas quase exclusivamente por uma visão materialista da vida...

Para nós ocidentais, mesmo quando luarizamos nossas idéias com os ensinamentos de Jesus à luz da doutrina dos espíritos, a morte assume características de verdadeiro terror... Associamo-la a perdas, à finitude e tememo-la com todas as forças da alma!...

Muitos de nós, embora nos digamos espíritas, organizamos nossas vidas na realidade única do corpo físico, do mundo material... Como se fossemos um corpo que tem alma, quando nossa realidade última é justamente o contrário, pois somos um espírito revestido transitoriamente de um corpo físico...

Urge que nossas reflexões interiores construam condições a nos libertarmos do atavismo da matéria e nos incluirmos definitivamente na Era do Espírito, transformando nossas vidas... Assim, estaremos abrindo percepções e sintonias que possibilitarão a tecitura do 'traje nupcial' das citações evangélicas, granjeando condições efetivas ao "banquete nupcial"!!!

Paz   Morais

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ALÉM DA MORTE

O fenômeno da morte tem sido percebido como um tabu, em meio ao verdadeiro pavor que ainda nos inspira, por um lado; e por outro, um processo mágico transformador da realidade dos que se vão...

De repente, pessoas sabidamente ainda transitando pelos instintos da maldade, transpõem o portal da morte e passam a ser cultuadas como santos milagreiros, pela crendice popular, tão carente de milagres...

Ela, entretanto, não se enquadra em nenhuma dessas visões!... Constitui-se num processo natural da vida material... Tudo no mundo material, nasce, cresce se desenvolve através de experiências e se recicla através da morte, sendo o mundo da matéria um incessante ir e vir!...

No que se relaciona à vida humana, esse fenômeno natural apenas atingindo o corpo físico, em nada influencia, em si mesmo, a vida espiritual... Apenas abre um portal para novas experiências em outra dimensão da vida, sem nenhuma transformação da alma, que continua no estágio de aprendizado da vida a que conseguiu se alçar por esforço próprio!...

Os que se vão desta dimensão, encontram na realidade espiritual as amizades, ou inimizades, que cultivou em sua milenar existência, continuando a vida em plenitude nessa nova dimensão!...

A saudade dos que ficam, embora um sentimento humano natural, não deve ser cultivada ao nível do desequilíbrio do curso natural da vida, a risco de serem perdidas excelentes oportunidades evolutivas!!!

Paz   Morais

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A EVOLUÇÃO DA FORMA

É do conhecimento humano, desde milênios, a existência de múltiplas dimensões da vida... Do Egito e da Índia ancestrais passaram à Grécia, no período áureo da filosofia grega, entre o VI e IV séculos antes de Cristo...

Essas idéias estão magistralmente expressas por Platão, um desses filósofos gregos, no seu "mito da caverna", mas já haviam sido ensinadas por seu mestre, Sócrates que asseverava existir o mundo das idéias e o mundo da sombra e que o ser humano seria dual: o 'Ser' existiria nesse mundo extra-físico das idéias, e o 'Não-ser' constituía o corpo físico habitante do mundo das sombras...

Os ensinamentos de Bhuda apresentam o mundo físico como o das ilusões (maya), e que a realidade última seria extra-física... O objetivo da vida seria vencer a sombra, superar a ilusão dos sentidos e adentrar, autoconsciente, no mundo imaterial dessa realidade espiritual!...

André Luiz, em seu livro Evolução em dois Mundos também aborda esse processo do desenvolvimento da autoconsciência que ocorreria nos dois planos da vida... Na dimensão da realidade, a espiritual, o psiquismo evoluiria do Princípio Inteligente à autoconsciência individualizada na expressão humana, paralelamente ao desenvolvimento da forma física, do átomo ao ser humano... Dessa forma, a ação do psiquismo sobre a matéria lhe imprimiria um processo evolutivo, enquanto ele próprio, o princípio inteligente do universo também se desenvolveria até atingir a consciência de si!...

A fonte do mundo material verte da realidade espiritual!... Somos espíritos na transitória aprendizagem no mundo físico e, portanto, revestidos de um corpo... Não somos um corpo que tem uma alma, como muitos de nós pensamos ou nos expressamos na vida...

Que essa realidade espiritual do nosso ser possa despertar em nós a espiritualização tão necessária às nossas vidas, compreendendo em definitivo a expressão do Poeta Galileu: "..Meu reino não é deste mundo..."!!!

Paz   Morais

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

AVE MARIA

O Próprio Jesus nos exortou a buscar, através da oração em recolhimento, os mananciais de energias divinas que nos repletariam o ser, ajudando-nos a superar a sombra, no aprendizado da luz!...

O mundo, porém, ensombreceu essa exortação, transformando-a em petitório que, através das religiões dogmáticas, atingiram seu auge, colocando intermediários -totalmente desnecessários é claro- nessa prática, como em outras, de contato com o Criador...

Dessa forma, a humanidade aprendeu, não o ensinamento libertador do Mestre Galileu, mas o hábito escravizante do petitório: pedimos que orem por nós, no intuito de conseguirmos coisas -saúde, emprego, solução de problemas, afastamento de dificuldades, casamento, etc-... E assim nos afastamos de Deus...

Claro é que também aprendemos a rezar, verbalizar preces que outros elaboraram, na maioria das vezes apenas pura recitação, sem nenhuma reflexão ou sentimento!...

Nesse contexto, surgem os intermediários considerados "poderosos", que teriam suas preces atendidas, levando aos pedintes a obtenção de seus desejos, mas, também, à perpetuação de sua dependência e alienação na relação com a divindade...

Mesmo nas Casas Espíritas essa prática se perpetua, pois os frequentadores buscam coisas, raramente a si próprios, ao seu processo de transformação interior... E os livros de prece enchem-se de petitórios, apenas pedidos de coisas, perpetuando-se o hábito malfazejo...

Convém destacar os casos de real intercessão, que buscam o socorro momentâneo para pessoas em tal desespero ou desatino, que não conseguiriam, de per si, buscar a ajuda divina... Constituem louvável prática de caridade e amor fraterno!... Que deve ser, entretanto, exercida na perspectiva da recuperação transformadora do necessitado que, uma vez reequilibrado, deve ser reeducado no que se relaciona ao aprendizado do Rabino Galileu, aprendendo a orar e se fortalecer no bem!...

O "Orai e vigia" continua como necessidade premente a todos nós, aprendizes renitentes da vida maior... Tornando-nos vigilantes em relação aos nossos pensamentos, direcionando-os para o bem, a paz, o equilíbrio da alma, o aprendizado redentor; e desenvolvendo o hábito de orar, esse encontro pessoal com Deus, que nos revigora as forças espiritualizantes para superarmo-nos e às dificuldades de nosso processo evolutivo...

Paz    Morais

terça-feira, 23 de novembro de 2010

DEFICIENTE

As deficiências humanas grassam em todos os rincões do planeta, ricos ou pobres, desenvolvidos ou subdesenvolvidos, segundo os critérios vigentes...

Ainda entre os espíritas, que embora conhecedores das propostas libertadoras dos ensinamentos de Jesus, persistimos em encaminhar nossas vidas por rumos ainda muito materializados, permanecendo em verdadeiro estado de sono...

O processo de transformação interior, ponto de partida para construirmos em nós a Era do Espírito, vai sendo deixado para depois... Jactamo-nos de estarmos a serviço do bem, lidarmos na seara de Jesus, quando, em verdade, sequer nos decidimos dedicarmo-nos irresolutamente à tarefa da construção interior...

Assim, seguimos verdadeiros 'deficientes' da vida, embora perfeitos em possibilidades de viver e construir vida em plenitude!...

Na loucura da posse, buscando ilusoriamente preencher o vazio interior com coisas, esquecendo-nos de que ele só se repleta pelas ações do amor!...

Nos petitórios das benesses divinas, intentando afastar de nós as dificuldades de qualquer teor, olvidando a realidade maior da vida, na qual necessitamos vivenciar experiências desafiadoras para com elas aprender as lições da vida superior!...

Enceguecidos pelo brilho fátuo do convencionalismo social decadente, articulando a conquista de posições de mando e poder, o destaque na ilusão dos sentidos, esquecidos de nós mesmos e dos que nos rodeiam e relutando a dedicar-nos ao trabalho verdadeiramente redentor de nossas almas...

Por fim, seguimos na continuidade dessa verdadeira paralisia que, por decisão nossa, nos impossibilita caminhar denodadamente na direção da construção de rumos novos, mais equilibrados e felizes para nossas almas!!!

Paz   Morais