Ver!...Variados são os significados da visão!...
Mesmo na dimensão meramente física, em função de nosso corpo não ser nossa realidade última, mas apenas veículo de expressão do psiquismo profundo, em muitos momentos vemos sem ver, sem notar sem perceber, sem nos dar conta do que realmente vimos...
A rotina, embora exerça a importante função de organizar as coisas em parâmetros do automatismo, traz em si mesma esse efeito secundário devastador de tudo banalizar!...
Instrumento de adaptabilidade dos processos da vida, quando não devidamente vigiado e controlado pelos impulsos criativos da evolução, envolve-nos em energias de estagnação, de conformismo adaptativo, colocando-nos, quedos, à margem da estrada da vida, enquanto a caravana evolutiva segue...
Assim, ao banalizarmos nossa capacidade de ver, passamos a não perceber o que vemos, o que equivale a não ver efetivamente!...
Há, outrossim, a dimensão da visão da alma!... Essa visão cósmica que diz respeito ao mais íntimo do nosso ser, e cujas percepções podem nos aproximar da luminosidade da angelitude e de Deus, ou nos mergulhar nas sombras profundas da ignorância, onde vige a violência, o medo, a angústia, a inquietação, a dor!...
Também nessa dimensão, processos de banalização instituídos por nossa adaptabilidade aos caminhos e descaminhos da vida se faz presente...
É como aquela expressão popular de que "O habito faz o monge"... Vamo- nos "acostumando" aos comportamentos, próprios ou de terceiros, que se repetem, sejam eles construtores do equilíbrio ou de desatinos...
Daí a importância da máxima evangélica do "Orai e vigiai", convidando-nos a estarmos atentos a direcionar nossos "costumes" na prática de pensamentos e atos éticos e equilibradores do ser e do viver...
Possamos todos estarmos, pois, atentos e vigilantes em todas as dimensões da visão e da percepção, dedicando-nos à busca da verdade que liberta e ao serviço do bem e, assim, nos estaremos encaminhado a rumos redentores!!!