A arte, a poesia, desde a ancestralidade, localiza no coração a terra dos sentimentos, das emoções!...
Por um longo período a ciência, a partir da fisiologia, numa visão estritamente materialista, define o coração como uma bomba biológica, extremamente potente e delicada, mas, nada, além disso...
A visão moderna da ciência, que mergulha pelos meandros da espiritualidade, tangida pelas perplexicidades do mundo quântico e corroborando, não somente a visão artística, como também do espiritismo e do espiritualismo, coloca a área cardíaca num centro de forças extra-físicas que potencializam todo o sistema corporal... Não se sabe ainda exatamente o que ou como, apenas que assim ocorre, quase parodiando o célebre personagem "João Grilo" de famosa peça teatral e cinematográfica...
Então, o terreno do coração reveste-se dessas qualidades etéreas e delicadas, quando se abre à relação... Para, repentinamente tornar-se, muitas vezes, barreira intransponível ao não sentir, ou mesmo imaginar, correspondido em sentimentos, ou ainda traído em sua confiança...
O "... se me dizes que vens às quatro, desde as duas te espero..." do "Pequeno Príncipe" reflete essa delicada e ansiosa expectativa do coração que se abre!...
Também, no mesmo livro encontramos um conselho importantíssimo para as relações que envolvam o coração: "... És responsável por tudo que cativas..."... Alertando-nos para os cuidados, o carinho, a ternura e o respeito profundo que esse terreno nos requisita...
Porque o coração tem efetivamente armadilhas, atalhos, mesmo abismos... Mas é também a área mais bela e ajardinada por sonhos e amores idealizados... Apresentando-se-nos ora como labirinto que não deixa sair, ora portal intransponível que não nos deixa entrar...
Em terrenos de coração, muita cautela, muito cuidado, muito carinho, muita responsabilidade afetiva, pois a vida nos requisita corações abertos!!!
Paz Morais