Páginas

sábado, 29 de outubro de 2011

AUTOCONFIANÇA E AUTO-RENOVAÇÃO


O egoísmo é um remanescente cruel do primitivis­mo que predomina em a natureza humana.
Responsá­vel por inumeráveis males, comanda os indivíduos, que vilipendia; os grupos, que entorpece moralmente; as sociedades, que submete a seu jugo.
Resultado dos impulsos animais, conduz a pesada carga do interesse imediatista em detrimento dos valo­res que enobrecem, quando partilhados com o grupo social.
Porque propõe o prazer asselvajado, propele o ser humano no rumo das conquistas exteriores em meca­nismos hediondos de perversidade, pouco se preocu­pando com os resultados nefastos que os seus lucros e triunfos oferecem à sociedade.
A meta do egoísta é o gozo pessoal, perturbador, insaciável, porque oculta a insegurança que se realiza através da posse, com o que pensa conquistar relevo e destacar-se no grupo, nunca imaginando a ocorrência terrível da solidão e do desprezo que passa a receber mesmo daqueles que o bajulam e o incensam.
O egoísta é o exemplo típico da autonegação, do descaso que tem pelo Si profundo, vitimando-se pelo alucinar das ansiedades insatisfeitas e pelo tormento de não conseguir ser amado.
A autoconfiança produz uma atitude contrária às posses externas e um trabalho de autoconquista, que pode favorecer a realidade do que se é, sem preocupa­ção com a aparência ou com a relevância social.
Descobrindo-se herdeiro de si mesmo, o indivíduo trabalha-se, a fim de crescer emocionalmente, amadu­recendo conceitos e reflexões, aspirações e programas, a cuja materialização se entrega.
Reconhece as próprias dificuldades e esforça-se para superá-las, evitando a autocompaixão anestesian­te quão deprimente do não entusiasmo, que sempre leva a estados enfermiços.
Identificando os valores que lhe são específicos, torna-se vulnerável à dor, sem se deixar vencer; à alegria, sem esquecer os deveres, e compreende que o pro­cesso da evolução é todo assinalado por vitórias como por derrotas, que passa a considerar como experiênci­as que contribuirão para futuros acertos.
O processo de fuga da realidade é sempre de efê­mera duração, porque os registros no inconsciente do indivíduo propelem-no vigorosamente para a frente, apesar da conjuntura imperiosa de manter os atavis­mos dos quais procede.
Ocorre que o ser humano está destinado à conquista da sua realidade divina, não se podendo impedir essa fatalidade.
Os transtornos de que se vê tomado são conse­quências das ações vivenciadas, que se vão depurando à medida que novos atos são realizados, ensejando con­quistas novas e libertadoras.
Nesse trajeto, o despertar da consciência impõe discernimento para que possa compreender quais as propostas relevantes para a saúde mental e emocional, consequentemente também a de natureza física, por ser esta o efeito daquelas outras formas. O corpo é sempre o invólucro que se submete aos impositivos do ser psí­quico que se é, experimentando os efeitos das irradia­ções do fulcro vital, que é o Espírito.
Toda e qualquer providência em favor do equi­líbrio há de provir dessa fonte inexaurível de ener­gias, encarregada de manter a estabilidade do con­junto. Quando algo ocorre, a disfunção é central, produzida por este ou aquele fator, que sempre tem a ver com as elucubrações e propósitos cultivados na forja mental.
Aí está o campo a conquistar, onde se encontram os conteúdos definidores da identidade do ser.
Conseguindo-se a disciplina da autopenetração mental, descobre-se a pouco e pouco o mundo de ten­dências, de desconfortos, de frustrações, de ansiedades e de conflitos em que se encontra mergulhado, reali­zando, mediante a auto-renovação, o trabalho de corri­gir o que se apresenta perturbador, aprimorando aqui­lo que pode ser alterado, superando o que seja factível de conseguir-se.
O ser humano é vida em expansão no rumo do in­finito. Espírito imortal, momentaneamente cercado de sombras e envolto em tormentos de insatisfação, pode canalizar todas as energias decorrentes dos instintos básicos para os grandes vôos da inteligência, superan­do os patamares mais primitivos da evolução com os olhos voltados para a realidade transcendente.
Emergindo do caos em cuja turbulência se agita, percebe a perenidade existente em tudo, não obstante as transformações incessantes e toma parte, emociona­do, no conjunto que pulsa e se engrandece diante dos seus olhos.
Esse ser, que parece insignificante e, não poucas vezes, faz-se mesquinho ante a grandeza do Cosmo, agiganta-se e descobre as infinitas possibilidades que lhe estão ao alcance, participando ativamente do con­certo geral, não mais pelos impulsos, senão consciente da grandeza nele existente, que aguarda somente o desabrochar.
A autoconfiança leva ao encontro de Deus no mun­do íntimo, à grandiosa finalidade para a qual existe, convidado à superação dos impedimentos transitórios que parecem asfixiá-lo.
Nesse admirável esforço surge o conhecimento de como se é e de como se encontra, descobrindo as próprias deficiências, mas igualmente as incontáveis pos­sibilidades de que desfruta.
O perceber dos limites e conflitos faculta uma me­lhor dimensão da fragilidade pessoal, propiciando to­mar-se de grande estima por si mesmo, sem qualquer inspiração narcisista, assim permitindo-se errar, porém preservando os objetivos de acertar, e toda vez que se compromete, ao invés de tombar no mecanismo auto-punitivo, busca superar o engano e conceder-se nova ocasião para se corrigir.
Não se detendo na autocompaixão perturbadora quão inútil, antes se motiva para crescer e alcançar os patamares psicológicos mais elevados, identificando-se com a Causalidade Única em tudo vibrando.
Esse empreendimento dá-se através da auto-re­novação, quando surge a necessidade de modificar os planos existenciais, face à descoberta do diferente sig­nificado e modo de viver.
Antes eram os anseios festivos e infantis das ale­grias superficiais, imaturas, agora são os saltos na es­cala de valores que se alteram mediante a conscientiza­ção do que se é e de tudo quanto significam em favor de si mesmo e do conjunto universal.
Já não se aspira pela mudança do mundo, pela transformação da sociedade, porque se descobriu que esse cometimento tem início em si mesmo, consideran­do-se uma célula importante do organismo pulsante que está presente em tudo.
Constatando que, enquanto houver disfunção na partícula haverá desequilíbrio no conjunto, altera o movimento emocional da aspiração cultivada e se entrega ao ritmo eloquente da vida em abundância, não mais da particularização dos interes­ses egóicos.
A autoconfiança resulta das conquistas contínuas que demonstram o valor de que se é portador, produ­zindo imensa alegria íntima, que se transforma em saú­de emocional, com a subsequente superação dos con­flitos remanescentes das experiências passadas.
Esse processo inadiável deve ser iniciado no com­portamento mental através do cultivo de idéias liberta­doras, que fomentam esperança e motivam à luta, apre­sentando as inumeráveis formas de vitória sobre os ins­tintos predominantes, responsáveis pelos mergulhos no abismo da agressividade e da violência.
Da reflexão mental à ação tudo ocorre de maneira mais fácil, porquanto se instalam automaticamente nos mecanismos psíquicos, daí transferindo-se para os há­bitos morais, as realizações físicas e sociais.
É nesse momento que se desenvolvem o senso de beleza e graça, o anseio pela conquista do imaterial, a aspiração pelo nobre e pelo bom.
As fronteiras existenciais se dilatam e o espírito voa com maior capacidade de conquistas transcendentais, de expressões abstratas que estão acima das formas e dos sentidos.
Inato nas pessoas, esse sentido de graça, de beleza, de transcendência somente é descoberto após a auto-realização, quando são extraídos do âmago e se expan­dem nos sentimentos que se adornam de vida e de luz.
Inexoravelmente o ser humano avança na busca da sua afirmação ante a vida e todos aqueles que o cer­cam.
AMOR, IMBATÍVEL AMOR DIVALDO PEREIRA FRANCO DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

BUSCA DE SI MESMO


O amor desempenha um papel preponderante na construção de um ser saudável, sem o que a predomi­nância dos instintos o mantém no primarismo, na ge­neralidade das expressões orgânicas sem maior controle do comportamento.
Crescendo ao lado da razão, o sentimento de amor é o grande estimulador para o progresso ético, social e espiritual da criatura, sem cuja presença se manteria nas necessidades primárias sem maior significado psi­cológico.
Inato no relacionamento mãe-filho, como decor­rência de o último ser uma forma de apêndice da primeira, surge no pai através do instinto de prote­ção à sua fragilidade e dependência, que se irá de­senvolvendo mediante a carga de emoção de que se faz acompanhar.
A medida que desabrocha e se desenvolve, desve­la as características individuais -do Espírito que é-, adquirindo e assimilando os conteúdos do meio social em que se encontra e que contribuem para a formação da sua identidade.
Tais fatores -inatos e sociais- estão presentes na hereditariedade -são impressos pelos valores adquiri­dos em outras existências, os quais se encarregam de modelar o ser- e decorrem da convivência do meio em que se está colocado no processo da evolução.
A aquisição ou despertamento do Si, é o grande desafio da existência humana, tornando-se condição de relevância no comportamento do ser e nos enfrentamen­tos que deverá desenvolver.
O ser real, no entanto, está oculto pelo ego, pelos  condicionamentos, pelos impositivos sociais, sob a máscara da personalidade...
Descobri-lo, constitui um valioso desafio de natu­reza interior, impondo-se um mergulho no inconscien­te, de forma a arrancar a realidade que se oculta sob a aparência, o legítimo escondido no projetado.
A conquista de si mesmo proporciona alegria e li­bertação dos sentimentos subalternos, conflitivos.
Sem­pre vem acompanhada da individualidade, quando se tem coragem de expressar sentimentos de valor -sem agressões, mas sem temor de desagradar-, quando se assume a consciência do Si e se sabe exatamente o que se deseja, bem assim como consegui-lo.
Ao adquirir-se a identidade, experimenta-se uma irradiação de alegria, de prazer que contagia, sem o expressar em forma ruidosa, esfuziante, tornando-se pleno e feliz diante da vida.
Essa conquista independe do poder, que normal­mente corrompe e deixa o indivíduo vazio quando a sós, nos momentos em que o seu prestígio não tem va­lor para submeter alguém ou para impor a subserviên­cia que agrada ao ego, tombando no desânimo ou na revolta e fazendo-se violento.
Na conquista de si mesmo surge um magnetismo que se exterioriza, produzindo empatia e proporcionan­do sensação de completude, resultado do amadureci­mento psicológico e do controle das emoções que flu­em em harmonia.
A sua presença causa prazer nas demais pessoas, enquanto que o indivíduo não realizado, não identifi­cado, proporciona estranhas sensações de mal-estar, de desagrado. O quanto é agradável estar-se ao lado de alguém jovial, feliz, plenificado, dá-se em oposto quando se convive com alguém pessimista, queixoso, inse­guro.
Cada ser irradia o que é internamente. Mesmo que muito bem apresentado pode produzir mal-estar, ou quando despido de atavios e exterioridades, é suscep­tível de provocar agradáveis sensações.
A busca de si mesmo nada tem a ver com o sucesso exterior, que pode ser adquirido superficialmente sem fazer-se acompanhar do interno, que é mais importan­te, porque define os rumos existenciais, prolongando os objetivos da vida.
Quando se busca o sucesso, o preço a pagar é mui­to alto, particularmente pelo que se tem de asfixiar em sentimentos internos, a fim de alcançar a meta exterior, enquanto que na busca da própria realidade a nada se sacrifica; antes se desenvolve o senso de beleza, de har­monia, de interiorização sem qualquer alienação.
Essa viagem interior deve ser consciente, observada, reflexionada, descobrindo-se os conteúdos emocionais e espirituais que estão soterrados no inconsciente profun­do, portanto, adormecidos no Espírito.
Confunde-se muito a conquista de si mesmo, ten­do-se a falsa idéia de que ela surge após conseguir-se o poder, o sucesso, a vitória sobre a massa. Todas essas realizações são exteriores, enquanto a auto-identifica­ção tem a ver com a autolibertação que, no caso, é o desapego das coisas -o que não quer significar que seja o abandono delas, mas o uso sem a dependência, a valorização sem a escravidão às mesmas-; às pessoas que, embora amadas, não se tornam codependentes dos ca­prichos impostos; às ambições perturbadoras que sem­pre levam a mais poder, a mais aquisição, a mais inqui­etação.
Valores antes não conhecidos passam a habitar a mente e a preencher as lacunas do sentimento, desen­volvendo aptidões ignoradas e trabalhando emoções não vivenciadas.
Nessa incursão interior, descobre-se quem se é, quais as possibilidades que existem e se encontram à disposição, como desenvolver os propósitos de cresci­mento íntimo e viver plenamente em harmonia consi­go, bem como em relação com as demais pessoas e com a Natureza.
Ocorre nessa fase um peculiar insight, e essa ilu­minação norteia a conduta, que se assinala pela har­monia e confiança em si mesmo, nas suas atitudes, nas metas agora estabelecidas, trabalhando pelo crescimen­to intelectomoral.
A busca da identidade proporciona a superação da massificação, ao tempo em que faculta o descobrimen­to da realidade espiritual que se é, em detrimento da transitoriedade carnal em que se encontra.
A vitória sobre o medo da doença, do infortúnio, da morte produz auto-segurança para todos os enfren­tamentos e a ampliação do futuro, que agora não mais se apresenta no limite da sepultura, do desconhecido, do aniquilamento, desdobrando metas incomensurá­veis, que se ampliam fascinantes e arrebatadoras sempre que esteja vencida a anterior.
A ansiedade cede lugar à harmonia, a hostilidade natural é substituída pela cordialidade, a insegurança abre espaço para a confiança, e o mundo se apresenta não agressivo, não punitivo, não castrador, porquanto, aquele que é livre interiormente não tem obstáculos pela frente por haver-se vencido, dessa forma, tornando todo combate factível e credor de enfrentamento.
Enquanto a busca do poder é exterior, a insatisfa­ção corrói o ser vitimado pela ambição fragilizadora, principalmente por causa da presença inevitável e do­minadora da morte que espreita e a tudo devora, ame­açando as construções mais vigorosas da transitoriedade física.
Sem dúvida, a morte é um fantasma presente nas cogitações dos planos de breve ou de longo curso, por­que está sempre no inconsciente humano, mesmo quan­do ausente na realidade objetiva.
A autoconquista da identidade é também vitória da vida imperecível, da realidade que se é, na investi­dura transitória em que se transita.
Cada qual deve buscar-se através de reflexões tran­quilas e interiorização consciente, perguntando-se quem e, quais os objetivos que se encontram à frente e como alcançá-los, investindo alguns momentos diários a exer­cícios de pacificação e manutenção de pensamentos edifi­cantes sejam quais forem as circunstâncias.
O auto-encontro dá-se, após esse labor, naturalmen­te e plenificador, saudável e rico de harmonia.
AMOR, IMBATÍVEL AMOR DIVALDO PEREIRA FRANCO DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

AFETIVIDADE PERTURBADA


A afetividade é o sentimento que se expressa mediante reações físicas positivas.
O ser humano tem necessidade de prazer, e to­dos os seus esforços são direcionados para usufruí-lo, evitando a experiência do sofrimento, excetuan­do-se os casos de transtornos masoquistas.
Toda e qualquer busca, conscientemente ou não, aguarda a compensação do bem-estar, que é sempre a fonte motivadora para toda luta.
Desse modo, a afetividade produz uma reação de adrenalina no sangue que leva o indivíduo ao aqueci­mento orgânico, do qual decorre a sensação agradável do prazer, do desejo de estar próximo, do contato físi­co, do aperto de mão, do abraço, da carícia.
A afetividade é inerente ao ser humano, não po­dendo ser dele dissociada, já que também é natural em todos os animais, inicialmente como instinto de proteção à prole.
Psicologicamente, a sua exteriorização tem mui­to a depender do convívio perinatal e suas experiên­cias no ambiente do lar, particularmente com a mãe.
Por uma necessidade imperiosa de segurança -que a criança perde ao sair do claustro materno- o contato físico é de vital importância para o equilíbrio do ser.
Inicialmente a criança não tem ainda desenvolvido o sentimento de afeição ou de amor, mas a necessidade de ser protegida, de ter atendidas as suas necessidades, o que lhe oferece prazer, surgindo, a partir daí, a expressão emocional, também sinônimo de garantia em relação ao que necessita para viver.
O sentimento da afetividade, porém, é quase sempre acompanhado dos conflitos pessoais, que de­correm da estrutura psicológica de cada um.
Quando não se viveu plenamente na infância a experiência tranquilizadora do amor, a insegurança que se instala gera conflitos em relação à sua reali­dade, e todos os relacionamentos afetivos se apre­sentam assinalados pela presença do ciúme, da rai­va ou do ressentimento.
O ciúme, que retrata a falta de auto-estima, pre­dominando a autodesvalorização, como decorrência da não confiança em si mesmo, transforma-se em terrível algoz do ser e daqueles que fazem parte do seu relacionamento.
As exigências descabidas, as suspeitas insupor­táveis produzem verdadeiros cárceres privados, nos quais se desejam aprisionar aqueles que se tornam asfixiados pela afetividade do enfermo emocional. Nesse comportamento, a desconfiança abre terríveis brechas para a hostilidade e a raiva, que sempre se unem como mecanismo de proteção daquele que se sente desamado.
De alguma forma, essa conduta resulta do aban­dono emocional a que se foi relegado na infância, quando as necessidades físicas e psicológicas não se faziam atendidas convenientemente, resultando nesse terrível transtorno de desestruturação da perso­nalidade, da autoconfiança.
A desconfiança de não merecer o amor -incons­cientemente- e a necessidade de impor o sentimen­to -acreditando sempre muito doar e nada receber- levam a patologias profundas de alienação, que derrapam em crimes variados, desde os mais sim­ples aos mais hediondos...
O medo de não ter de volta o amor que se ofe­rece conduz à raiva contra aquele que é alvo desse comportamento mórbido, porque o afeto sempre doa e não exige retribuição, é um sentimento ablativo, rico de oferta.
Toda vez que o amor aflora, um correspondente fisiológico irriga de sangue o organismo e advém a sensação agradável de calor, enquanto a animosida­de, a antipatia, a indiferença proporcionam o reflu­xo do sangue para o interior, deixando a periferia do corpo fria, portanto, desagradável, perturbadora.
Todo aconchego produz calor na pele, bem-es­tar, enquanto que o afastamento gera frio, desagra­do, tornando-se difícil de aceitação a presença física de quem é causador de tal sensação.
O amor não pode ser imposto, mas desenvolvi­do, treinado, quando não surgir espontaneamente.
Esse aflorar natural tem suas raízes nas experi­ências anteriores do Espírito, que renasce em condi­ções ambientais propiciatórias ou não ao seu apare­cimento, ao lado de uma família afetuosa ou destituída desse sentimento, o que contribui decisivamen­te para a sua existência, para a sua eclosão.
Em muitos relacionamentos o amor brota com espontaneidade e cresce harmônico. Noutros, no entanto, é conflitivo, atormentado, com altibaixos de alegria e de raiva, de ansiedade e medo, de hostili­dade e posse.
A necessidade de amor é imperiosa, e subjacente à mesma, encontra-se o desejo do contato físico, enrique­cedor, estimulante.
Quando se é carente de afetividade, a mesma se apresenta em forma de ansiedade perturbadora, que gera conflitos e insatisfações, logo seja atendida.
Em tal caso, produz incerteza de prosseguir-se amado, após atendida a fome do contato físico ou emo­cional. Enquanto se está presente, harmoniza-se, para logo ceder lugar à insegurança, à desconfiança.
Assim sendo, o amor se torna dependente e não ple­nificador. Transfere sempre para o ser amado as suas ne­cessidades de segurança, exigindo receber a mesma dose de emoção, às vezes desordenada, que descarrega no ser elegido. Essa é uma exteriorização infantil de insatisfação afetiva, não completada, que foi transferida para a idade adulta e prossegue insaciada.
A afetividade madura proporciona o prazer, sem o qual permaneceria perturbada, angustiante, caótica.
Amar, é um passo avançado do desenvolvimento psicológico do ser, uma conquista da emoção, que deve superar os conflitos, enriquecendo de prazer e de júbi­lo aquele a quem é dirigido o afeto.
Amadurecido pela experiência da personalidade e pelo equilíbrio das emoções, proporciona bem-estar na espera sem ansiedade, e alegria no encontro sem exi­gência.
AMOR, IMBATÍVEL AMOR DIVALDO PEREIRA FRANCO DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS